No Brasil, a inteligência artificial (IA) já faz parte da rotina da grande maioria, mas de uma maneira que poucos percebem ativamente. Uma pesquisa conjunta do Datafolha e do Observatório Fundação Itaú mostra que 93% da população interage com IA, seja ao receber uma sugestão de filme ou ao traçar uma rota no trânsito, caracterizando um uso majoritariamente passivo.
A realidade é outra quando se fala em criar com a tecnologia. As ferramentas de IA generativa, que podem escrever um texto ou desenhar uma imagem, ainda são um território pouco explorado. Cerca de 57% dos brasileiros nunca pediram ajuda a um sistema como o ChatGPT, e 69% jamais testaram um gerador de imagens como o Midjourney.
Embora 82% das pessoas já tenham ouvido falar sobre o assunto, quase metade delas não se sente capaz de explicar o que é inteligência artificial. Na prática, quem a usa de forma mais consciente o faz para otimizar buscas (58%), resumir conteúdos (56%) ou descobrir novas formas de entretenimento (51%).
O futuro do trabalho é um ponto de interrogação, dividindo opiniões: 49% temem a tecnologia, 51% não, mas a ameaça parece real para os 41% que já viram alguém ser substituído por ela. Os temores não param por aí. A privacidade dos dados (42%), o controle social (36%) e o desemprego em massa (34%) são os maiores medos associados à IA. Talvez por isso, 77% da população defenda a criação de regras para a tecnologia.
Nem tudo é receio. Há um forte otimismo em relação aos seus benefícios para a ciência e a educação (41%) e para a saúde (39%). Prova disso é que 69% dos entrevistados já usam a IA para estudar, com três em cada quatro afirmando que ela foi fonte de um novo aprendizado.
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