O ChatGPT recebe cerca de 800 milhões de usuários por semana, mas, como as conversas acontecem de forma privada, é difícil saber como a ferramenta é usada no dia a dia. Uma análise de 47 mil chats públicos disponíveis no Internet Archive lança luz sobre essa dinâmica.
Apesar de ser divulgado principalmente como uma ferramenta de produtividade, muita gente recorre ao chatbot para conversas pessoais. O levantamento mostra que os usuários não se limitam a pedir resumos, listas ou respostas objetivas. Cerca de 10% das interações têm um tom emocional, com pessoas falando sobre sentimentos e situações íntimas.
Mais de uma em cada dez conversas entra em assuntos mais abstratos, misturando perguntas sobre saúde, reflexões filosóficas e curiosidades sobre a realidade. Essa abertura mostra que muitos compartilham dados sensíveis. Entre as mensagens analisadas, havia e-mails, números de telefone e relatos sobre questões médicas e conflitos legais. Tudo isso foi armazenado pela IA.
Outro ponto chamou atenção: o padrão das respostas do chatbot. O modelo começa suas frases com “sim” muito mais do que com “não”, algo em torno de dez vezes mais. Essa tendência a concordar funciona como um espelho. O serviço, em vários casos, acabava reforçando o que o usuário pensa. Em muitos diálogos, o tom das respostas se ajustava para validar a visão apresentada.
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